sexta-feira, 19 de novembro de 2010 | By: Julia Mendes

AS FLORES DE TRÓIA - Paulinho Rocco

AS FLORES DE TRÓIA

É!

Tróia dormiu...

E lindas flores vi despertar.

Os diretores jardineiros:

Ternura do olhar de ursinho de pelúcia de Vanessa,

Acompanhada de sua voz doce, que nos machucava de tanta paciência,

De eloqüência nos brindava com seu recheado silencio.

Patrão Tirésias/Anderson

Na sua confissão de não-saber, já se sabia sábio sem saber que nele repousava tanta sapiência.

Gigante da humildade...

Tornou pessimista a Poliana,

Pois sem saber-sabendo, já enxergava o que ele mesmo não conseguia ver.

Dá Técnica...

De técnica nada se viu

As ninfas Vânia e Paloma voavam sua paixão pelo palco

Do coração tiravam talco e perfumaram de carinho nossas manhãs.

Cego fiquei de tanta luz jorrada

Dos iluminados iluminadores...

Do alto de seus “rastas”,

Marcel nos olhava como criança, quando quer um brinquedo.

E brincando como gente grande, disse luz e luz se fez.

Ivan que do frio russo só tem o nome, nos esquentava com o profissionalismo e grandeza que brota de seus olhos, que emanam luz.

Ai! Iza!

Juro que nunca te entendi, mas exatamente por isso acabei te compreendendo e me encantando.

Adoro diálogos que não se baseiam em palavras.

Mateus escreve seu evangelho...

Se Deus é Palavra, nessa de experimento se tornou Deus Olhar.

Eurípides com todo respeito no fogo do evangelho do Olhar foi queimado e nasceu um novo Dramaturgo.

Juba com sua boca de morango,

Espalhou chantili em tróia. Que delícia!

Quando a gente acha que acabou...

Dela soa musica.

Quando penso Whisky, ela canta Jazz.

Quando penso amor, ela canta Vinícius.

E acredite, quando penso Rio de Janeiro...

Ela entoa funk dos seus morangos com sotaque carioca.

Musica boa não faltou.

Quão grande é o amor de Janis,

Como pode um corpo pequeno jorrar tanta força...

Consegue ser ao mesmo tempo cigarra que canta e formiga que trabalha.

Das distantes montanhas de Boaro, lindas melodias também soaram...

Pena que as neblinas da razão, não deixaram explodir mais vezes a melancia de suas emoções.

Como pode alguém transformar todos os lugares em boteco.

Não pela cerveja a tira colo, mas pela simples alegria de sua presença.

Faz o local de trabalho, não ser um local de trabalho e sim um local de festa e criação.

Adriano é esse cara, de mãos dadas com Dionísio nos embriaga.

Criiiiissssssss!!!!!!!!

Assim gritamos...

Assim vimos cenários nascer!

Eita mulher porreta!

Pimenta de criação e marshmallow na execução.

Dayse...

Meu coração não sei porque? Bate feliz quando te vê...

Afrodite de agulhas mágicas,

Panos se tornam almas, lençóis se tornam castelos...

Deusa de sorrisos de violeta...

E o sopro do Dragão!

As atrizes:

Como eu amo as atrizes...

Néctar de um espetáculo, necessárias...

Assim como necessário é o chocolate para mulher com TPM.

A beleza de Inara entorpece!

Mas o cego é feliz...

Pois esse vê, o que essa “muralha encantadora” nos esconde, beleza ainda maior...

Repousa alguém sensível, pétala de rosa,

Frágil e doce, colméia de abelha sorridente,

Nos meus sonhos, vi a mística da grande atriz, que assim como melancia está pra explodir.

De guarda-chuva eu, e uma grande platéia esperamos por ver-te!

Aplausos pra Rainha Hécuba.

Limpa amor seu passado...

Futuro não chega...

Mas “presente” temos Você, que conselho te dou...

Aplauda-se, pois você é ótima!

Gente de teatro é Azul, Andréa

Preta, Branca, multicolorida e Verde...

Dos Verdes olhos o amor pelo palco reflete.

Teatro presenteia-nos com pessoas assim, “pessoas-gente”, sabe?

Teatro também presenteia pessoas como você, com a alegria de viver de arte.

Pitágoras que nos perdoe.

Mas Vânia é artista!

Da economia, só sobrou à racionalização de ela não voltar a esse ramo,

Pois nesse ramo numérico, Vânia não dá frutos!

Mas na arte Vânia nos deixa com a mesa cheia de frutos.

Do oriente as histórias não contadas.

Foram escritas com sangue, suor, giz de cera e lágrimas.

Mas que lindo perfume de historias de Lais tem essas lágrimas.

Assim espero mais não-histórias, para dormir tranqüilo, enquanto essas que não me contas, me conte as histórias que pensas que não me contas.

Obrigado

Por tantas melancias

Que de tanto sabor,

encheram a minha Vida!

Beijos Doces!

Paulinho Rocco

De qué ríe la sandía cuando la están asesinando?
quinta-feira, 18 de novembro de 2010 | By: Inara Vechina

um dia antes

Tróia agora está aqui, dentro de mim.
Só de pensar no azul, sinto um frio na barriga.
Ouvir o canto de Hécuba
A voz infame de Helena
A dor de Cassandra
Sentir a presença fria de Polixena.
É nessa hora que é a minha hora.
É nessa hora que tenho em mim a última esperança.
Eu sinto um peso tão grande
Eu não queria ser quem eu sou.

Durante todos esses dias eu precisei morrer.
Eu matei a Inara todos os dias.
Eu precisava estar vazia, oca.
Ser útero, só receber.

A música me ajuda muito.
O vestido me inspira muito.
E eu só consigo dizer a próxima palavra quando vejo o olhar de vocês pedindo pra eu continuar.

Toda vez que vejo uma melancia é como se levasse um soco no estômago.
domingo, 7 de novembro de 2010 | By: Julia Mendes

Que o espaço não engula (último sábado)

Sensação estranha de ter que reconstruir as coisas tantas vezes. Fecha o Cannovaccio antes da tarde. Apaga o Cannovaccio. Agora é outra coisa. Mas é a mesma. Antes tínhamos um conteúdo sem conceito. Agora temos um conceito sem conteúdo? Enche ele de alguma coisa, rápido.

Isso aqui é uma instituição para cegos, mas não parece, isso aqui é o quê?

Essa melancia fez um estrago. Imagina limpar isso tudo.

Não dá 200 pessoas. Não dá 100 pessoas. 50? Talvez tenha que ser 25.

Vamos partir da melancia.

Agora eu nem sei mais se a Cassandra vai guiar.

Aquela minha sala é legal, hein. Aí eu gostei, posso pirar de escrever e desenhar. Mas eu nem sabia disso, foi a Andréa que me contou. - Eu tentei te avisar.

E essa dança, eu juro que não faz sentido essa orquestra de culpas. A polixena é culpada pelo quê? Mas a gente não tá mais brincando com o sentido, a gente ta fazendo outra coisa. Então desencano disso, beleza.

A polixena morreu.

Engraçado às vezes eu sinto que a Polixena não tem fala nenhuma. Não que eu não queira trabalhar. Tudo bem, vai pensando nisso.

Gente, a Vânia sorrindo no meio dessa situação é demais! Pra quê serve esses balões? Não sei, a gente tava pensando em algo que se misturasse com o ar. ?

Cadê a figurinista? Ela faltou, mas eu sou a cenógrafa e to aqui representando ela. Agora faço o quê? Ligo pra Daíse e falo pra ela parar de costurar, né? Fodeu tudo, preciso saber o que vai ser decidido. Calma, Cris, relaxa, sabe? Tem coisas que a gente não precisa mudar. Não é assim.

Eu entendi. Posso falar? Eu entendi o que é esse negócio de responsabilidade. To aqui sozinha na sonoplastia hoje. Eu sou responsável por isso, eu entendi. Janis me ensina a tocar contrabaixo? A galera acha que tem que encoxar isso, não, é só encaixar. Improvisa aí em cima da cena das meninas? Cadê a Janis que não volta do almoço? Nossa, ela voltou bem na cena da Hécuba, pega a flauta!

Hécuba é uma faxineira? Eu não tinha visto isso. Legal. Deu ritmo. Quantas Hécubas não tem por aí?

Eu entendi racionalmente isso da melancia, "ah, eles quiseram me dizer isso". Mas talvez seja legal você fazer o público sentir "pô, que filho da puta!". Mas, como eu faço pro público sentir esse filho da puta? Fora o trabalho que dá semente e casca de melancia, essas coisas. PÔ! E se for suco de melancia? Não? Hahahaha. Não serve.

Você disse pra gente mergulhar no texto agora ta falando pra gente mergulhar no espaço?

Juba, você tem 15 minutinhos agora no final ou você não quer mais ouvir falar disso? Eu não quero mais ouvir falar disso, mas tenho 15 minutinhos!

Gente, a gente não perdeu nada viu, ta tudo legal. Tá sim, eu sinto, juro. Ta legal.

Agora ninguém vai poder dizer que a gente não mergulhou nesse texto.

Eu não quero que as meninas vão pra chuva hoje, já deu de chuva, iiiih a Natália já ta na chuva.

Ainda são 14h27, gente, vocês estão voltando pro espaço por quê? Não tem uma hora de almoço? Vamos comer um Churros. Eu ainda vou pra Campinas.

Andréa, ta tudo azul. Eu preciso de um pano!

Hoje eu trouxe toalha, toaaaalha, trouxe até sabonete! Queria um chinelo! Toma a minha sapatilha! Quanto você calça, Janis? 36. Aí não dá, né! Tem que ser no mínimo 38. Ai, não tem ninguém que calça normal aqui?

Mas assim, deixa eu entender, cada uma vai culpar quem der na telha agora, é isso? Não, tudo bem, to achando ótimo. Vou me libertar. Isso é legal. Sabe, eu to curtindo isso. O outro experimento eu nem ligava. Não importa tanto o resultado. É o caminho. Ta caindo várias fichas.

Gente. Deuses? Vocês estão mais para Agamenons! Talvez a gente seja uma extensãããão do público. Vamos fazer um exército. Tudo que eu falar vocês repetem: EEEEEEEI GALERA!

E esse negócio de ir buscar a Helena? Eu acho que não funciona. Eu nem sei quem é a Helena, deixa essa mulher pra lá. Prefiro ir pro bar tomar uma cerveja.

Onde você tava a manhã inteira? Tava comprando tecido. Aaaah. Que saudaaade. Alguém chama algum técnico de palco pra limpar isso aqui, não dá né, escolhi fazer dramaturgia. Brincadeira, por que essa vassoura não tem escova? Isso é uma vassoura?

Agora a Laís resolveu dar uma de Amélia, vamos embora. Eles querem fechar o espaço.

É cara, não dá pra negar, isso aqui é muito legal, olha esses portões. Parece uma bandeira, Uns escudos medievais.

Imagina fazer a cena com o espaço funcionando. Tem que ser no sábado. O Paulinho não pode. Ele tá me ligando, espera. Ai...

Sabe que eu gosto de vocês.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010 | By: Vania Della Torre

....e a chuva ajudou...

O dia amanheceu com sol, não imaginei que ia chover......porém choveu muito, algo que podia atrapalhar, acredito que ajudou bastante, gostei do primeiro trabalho proposto pela direçao para buscar diferentes propostas com o texto, estava trabalhando e levantando coisas bacanas, quando vi uma outra cena acontecendo e esta me chamou a atenção de uma forma que me desliguei das minhas criações, era uma cena na chuva, e quando foi proposto que todas fossem para a cena, mais e a chuva????...rs, essa no final das contas foi a de menos, foi incrível a sensação como personagem mesmo, dentro do que imaginei e criei como personagem, e da sensação de atriz "cuidando"da situação, como se houvesse um olhar por cima da personagem e que tinha total controle da situação, isso pra mim foi o mais incrível, o bacana também foi ouvir as pessoas que assitiram e ver que houve uma identificação e um reconhecimento da cena.
Acho que andamos muito esse dia, e que o que construimos e o que realizamos naquele momento não vai se repetir, porém aquele momento pra mim serviu de ponto de partida, de entendimento e de estar em situação, temos muuuuuito que melhorar, que técnicamente realizar, porém o dia foi incrível, com sensações fantásticas, e acredito que todos que participarm dentro ou fora de cena, reconhece o que eu falo.

Que isso seja apenas o começo...................

Terminando o dia com um filme ótimo, thanks Juba, como disse a Vanessa ele é uma ótima fonte de inspiração para Polixena, A culpa é do Fidel!
Só fiquei triste porque não consegui a trilha sonora na net, é fantástica, se tiver uma trilha sonora no começo, tem que ser como a do filme.......tem tudo a ver!!!!!!!!!!


Bjos a todos
quinta-feira, 28 de outubro de 2010 | By: Vania Della Torre

Polixena
















Pensando na pesquisa sobre personagem, no desenho dessa mulher, no ar, no frescor da inocência, no fim como um começo, Polixena, eis que surgem algumas imagens...








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